Património civil
O património civil com valor arquitetónico, histórico e artístico é muito interessante, pela sua quantidade (em comparação com a dimensão das urbes do concelho) e qualidade, especialmente a partir do século XVII/XVIII. O crescimento da pequena burguesia é espelhado também na tipologia arquitetónica habitacional, bem visível principalmente na malha urbana de Estremoz. Esta é bastante rica inclusive em exemplos do património edificado do séc. XX, com algumas casas a apresentarem propostas modernistas interessantes e pouco usuais para uma pequena cidade de província.
Agência do Banco de Portugal (Repartição de Finanças de Estremoz)
Agência do Banco de Portugal (Repartição de Finanças de Estremoz)Cadeia Manuelina
Este edifício terá sido construído no reinado de D. Manuel I (1495-1521), a julgar pelas suas características arquitectónicas. Sabe-se apenas que já existia em 1497, tendo sido transferidos estes serviços para este imóvel directamente do Paço Real (LIBERATO, 2007).
Café Águias d’Ouro
Edifício construído entre 1908 e 1909, foi inaugurado como café a 4 de Abril de 1909. O seu proprietário inicial era Francisco Rosado, da firma Rosado & Carreço e o estabelecimento funcionava também como buffet e sala de bilhar. Entre 1937 e 1939 tiveram lugar algumas obras a cargo do arquitecto Jorge Santos Costa, cujas principais alterações foram a transformação de uma das portas exteriores numa montra-janela e a remodelação da fachada térrea, ao gosto modernista da altura. Em 1964, sob responsabilidade de José Manuel Pinheiro Rocha, transformou-se o primeiro piso em restaurante, destituindo o edifício de alguns elementos originais. Após um abaixo-assinado de moradores de Estremoz, é classificado como Imóvel de Interesse Público em 1997.
Calçadas de Estremoz
A calçada portuguesa tem em Estremoz um exemplo paradigmático, acrescido do facto de ser toda elaborada em mármore, característica comum a toda a Zona dos Mármores, valorizando bastante esta manifestação importante do património cultural português. As zonas artisticamente mais interessantes localizam-se por toda a zona baixa da cidade, tendo sido todas já executadas durante o século XX.
Casa da Convenção de Evoramonte
Imóvel sito na antiga Rua Direita, hoje designada por Rua da Convenção por aqui estar a casa onde foi assinada uma Convenção entre os Absolutistas e os Liberais, a qual finalizou com a Guerra Civil em Portugal.
Casa de António Spínola
Nesta Casa o Marechal António Sebastião Ribeiro de Spínola em 11 de Abril de 1910
Casa do Alcaide-Mor
A partir do século XV, com a pacificação generalizada do território português e com a grande apetência de D. Afonso V (r. 1438-1481) pela caça, o Paço Real estremocense (especialmente no Inverno) passa a albergar o monarca e a sua numerosa corte durante longos períodos, obrigando o alcaide-mor e a sua família a abandonar ciclicamente o paço.
Casa Manuel de Sousa
Este imóvel curioso e artisticamente interessante terá sido mandado construir por Simões de Sousa, empresário do Teatro Bernardim Ribeiro a partir dos anos 20 do século XX. Não nos é ainda conhecida a data exacta da sua construção mas deverá rondar os anos 30 ou 40 do mesmo século.
Casa Vieira da Silva
Este palacete terá sido construído na primeira década do século XX ou em inícios dos anos 10 pelo médico João Lopes Nunes Vieira da Silva, tendo sido dos primeiros edifícios (se não o primeiro) a constituir a Avenida da Estação, actual Avenida 9 de Abril.
Celeiro Comum de Evoramonte
Este imóvel situa-se na Rua de Santa Maria. Depois de ter sido uma casa de habitação arrendada pela Junta de Freguesia de Evoramonte, e depois de ter sido um espaço onde trabalhava uma tecelã, é agora uma loja de produtos regionais, a única presente na zona.
Centro Histórico Medieval de Estremoz (Arrabalde de Santiago)
O carácter ortogonal do plano, cujos eixos axiais são a Rua Direita e a Rua Gonçalo Velho, aproximam-no dos traçados característicos das urbanizações programadas do século XIII, que semearam povoações semelhantes no Sul de França e no País Basco, para nos cingirmos a paragens estudadas mais aprofundadamente.
Chafariz de Santo Estêvão
É provavelmente o chafariz mais antigo do concelho de Estremoz, mandado construir em 1423 pelo conde de Arraiolos e Marquês de Vila Viçosa, D. Fernando, que, por sua vez, era filho de D. Afonso, o futuro 1º Duque de Bragança. Segundo Túlio Espanca, sofreu alguns estragos no Terramoto de 1755, facto que, alegadamente, o secou por completo.
Cisterna Pública
A Cisterna pública data do séc.XVI e foi construída com o intuito de prevenir uma queda demográfica nesta zona, pois é sabido que até essa data não havia nenhuma fonte de água potável intramuros. Assim, esta seria uma forma de incentivo, permanência e crescimento da população de Evoramonte. A água aqui armazenada provém das águas pluviais e não de nascente. Possui dois bocais exteriores e uma porta de acesso à cisterna em pedra granítica. A base da cisterna fica situada a cerca de 3 metros abaixo do nível da rua. Possui uma abóbada suportada por 6 arcos, sendo as suas dimensões de 20 metros de comprimento, 8 metros de largura e 6 metros de altura.
Coreto Municipal
Na segunda metade do século XIX, à imagem do que existia noutras vilas e cidades portuguesas, tomou forma a ideia de se fazer um passeio público, que em Estremoz se materializou na construção da Avenida do Rossio, artéria onde (principalmente) a elite local ostentava a sua presença e indumentária adequada à sua posição social.
Fontanário da Fonte Cansada
Este fontanário localiza-se no sítio da Fonte Cansada, a nordeste da cidade de Estremoz
O fontanário é todo em mármore e abastecia o tanque de lavagem e um bebedouro que fica fora do recinto. Encontra-se desativado e razoavelmente conservado.
Fontanário do Farjel
Este fontanário localiza-se entre a Horta Grande e o Monte do Ferragial.
O fontanário foi construído em 1968 e o material utilizado na sua construção é a pedra mármore.
Fonte da Granja de Fora
Esta fonte localiza-se próximo do Monte da Granja e fica à beira da estrada que segue para Sousel. Em tempos foi uma fonte de mergulho (subterrânea).
A Câmara Municipal de Estremoz fez obras de melhoramento em 1946.
Fonte da Margarida Mentira
A fonte encontra-se em terreno particular, na Horta Grande. Ao longos dos séculos tem assumido um papel primordial no abastecimento público, incluído a rega das hortas circundantes e abastecimento de um bebedouro para animais.
Fonte da Silveirinha
Esta fonte pertence à Casa Reynolds de Sousa, uma família Inglesa.
A fonte situa-se na Quinta da Silveirinha e encontra-se em razoável estado de conservação.
Fonte das Bicas
Antigamente designada de Fonte Redonda, sofreu várias obras que lhe retiraram a feição original. Provavelmente construída no século XVI, tem uma taça enobrecida por oito gárgulas leoninas que jorram água para um tanque octogonal.
Fonte do Espírito Santo
Bom exemplar do século XIX, tardo-barroco, foi construída pela Câmara Municipal em 1864.
Fonte do Hospital Real de São João de Deus
Construída originalmente algures no antigo Rossio de São Brás (hoje Jardim Municipal) em 1834/36, foi mudada para o alçado lateral esquerdo do Hospital Real de São João de Deus (hoje Casa de Sargentos do Regimento de Cavalaria 3) em 1901.
Fonte dos Currais (Rua Brito Capelo)
Situada na Rua Brito Capelo (antiga Rua dos Currais), foi mandada construir pela Câmara Municipal em 1907. Apresenta trabalho de cantaria de boa qualidade num estilo revivalista.
Lago do Gadanha
Quando, em 1688, o Rossio de São Brás vê surgir um majestoso lago e fonte que, segundo fontes do século XVIII, era capaz de “saciar a sede de todo o nosso exercito.”, Estremoz não poderia imaginar que este se tornaria um dos seus ex libris.
Marco Fontanário de Santo António
Esta fonte situa-se em plano inferior ao solo na Rua de Santo António, próxima do cemitério de Estremoz. Na fachada da Cerca de Santo António encontra-se um admirável trabalho de cantaria, que contém a data da sua construção e uma inscrição em latim popular relativa às qualidades da água da fonte.
Paços do Concelho de Evoramonte
Neste imóvel de planta oblonga ergue-se a Torre do Relógio, estrutura de secção quadrada, telhado de quatro águas e igual número de olhais, no interior que estão dois sinos de bronze fundidos, os quais serviam para avisar a população das vereações e audiências a decorrer neste edifício.
Paços do Concelho de Veiros
Obra facilmente situável no século XVIII, provavelmente por volta do ano de 1739, data em que terá sido transferido o pelourinho da zona do Castelo para esta praça e possivelmente também os próprios serviços camarários. É ainda bem visível o brasão da vila de Veiros, bom exemplar do Barroco joanino (reinado de D. João V, r. 1707-1750), na esquina da praça com a Rua do Espírito Santo.
Paços do Concelho Medievais de Estremoz
Os Paços do Concelho medievais foram originalmente edificados, provavelmente, no século XIV, no reinado de D. Afonso IV (1325-1357). O edifício tem três corpos distintos, a Galilé, a Torre do Relógio e a Sala do Concelho. A Galilé é constituída por cinco arcos quebrados que assentam em colunas sigladas e geminadas com capitéis decorados. São ainda visíveis os modilhões que suportavam a cobertura primitiva que, como consequência da reforma manuelina, é agora construída em abóbada nervurada com chaves e mísulas vegetalistas, exibindo na chave central a cruz de Cristo. A Torre do Relógio é originária também da reforma do século XVI e tem telhado com azulejos verdes e amarelos. A Sala do Concelho, de porta ogival, tem por cima do arco a primeira bandeira de armas conhecida de Estremoz, do reinado de D. Afonso IV.
Palácio dos Coutinhos
A construção deste imóvel, por volta de 1700, deve-se ao governador de Veiros Luís Galvão Coutinho Freire, sendo a obra terminada já pelo filho Diogo Galvão Pegado Coutinho Freire de Andrade, coudel-mor de D. João V (r. 1707-1750).
Palácio dos Henriques
Residência do Capitão Barnabé Henriques, este palácio foi construído em inícios do século XVIII, facto bem comprovado pela sua arquitectura e decoração. Bom exemplar do estilo barroco.
Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte (antigo Solar dos Albergaria)
Edifício construído durante o reinado de D. João V, foi inicialmente utilizado como Paços do Concelho e posteriormente adquirido pelos marqueses da Praia e Monforte.
Palácio Reynolds
Este edifício foi construído entre 1905 e 1906 por Roberto Rafael Reynolds, em terrenos do próprio situados no Largo Dragões de Olivença, de frente para o recente Jardim Público construído a expensas do Eng. José Rodrigues Tocha. Em 1904, numa escritura de venda de terrenos da Câmara Municipal, o proprietário troca com a edilidade uns terrenos imediatamente frontais à sua futura nova casa para ajardinamento e melhor enquadramento do imóvel na via pública.
Pátio dos Solares
No terreiro do Baluarte de São José até ao terceiro quartel do século XVIII, não sabemos que estruturas aí terão existido.
Pelourinho de Estremoz
Construído em inícios do séc. XVI, no reinado de D. Manuel I (r. 1495-1521), em 1698 foi removido da frente do antigo Paço Real de D. Dinis (actual Pousada da Rainha Santa Isabel) para o terreiro de Santo André, defronte aos Paços do Concelho da época.
Pelourinho de Evoramonte
Sito em frente dos antigos Paços do Concelho (Rua da Convenção), deste monumento subsiste unicamente o plinto paralelepípedo de mármore de cunhas simples. Observando a base onde a coluna assentava, verificamos que esta possui vestígios evidentes de quebra.
Pelourinho de Veiros
Este exemplar foi construído em 1539, no reinado de D. João III (r. 1521-1557), ao gosto da Renascença Francesa, provavelmente por influência da obra de Chanterenne, mestre escultor francês que trabalhou em Portugal na primeira metade do século XVI.
Pelourinho do Canal
Pelourinho bastante simples com base de planta octogonal, coluna cilíndrica e monolítica e esfera lisa a encimar. Tem um remate decorativo com grimpa embandeirada e cruz de ferro. Segundo Túlio Espanca tem características de inícios do século XVI.
Ponte Velha de Veiros
Amalgamada e escondida ao nível dos pilares da ponte rodoviária (…) [do IP2], situada a cerca de mil metros da povoação, em local bucólico e poético da ribeira de Ana Loura, alcança-se, hoje, através de caminho escabroso, alcantilado e coleante, em chão xistoso da centenária via pública, sacrificada com a grande obra hidráulica actual.
Quinta do Carmo
Fundada em 1718, por Garcia Pestana de Brito, acabará por ser terminada pelo seu irmão, Diogo Pestana de Brito Casco de Mesquita, em 1756.
Quinta do Mouro
Solar rústico de grande valor artístico, predominam os estilos rococó e neoclássico, visíveis no portal com pináculos piramidais e nalguns elementos retabulares da capela.
Tanque dos Mouros
Estrutura hidráulica romana situada a sul da cidade, cortada pela N4 e servindo actualmente de campo de forragem para gado.
Teatro Bernardim Ribeiro
A planificação deste Teatro começou a 1 de Maio de 1916. Após várias reuniões, constituiu-se uma Comissão para a construção do Teatro, com diversas personalidades ligadas a Estremoz, nomeadamente o Dr. Marques Crespo, o Dr. José Rosado da Fonseca, o Sr. Carlos Frederico Luna e o Sr. José Maria Reynolds Graça Zagalo.
Torre do Relógio de Veiros (Largo dos Combatentes, Veiros)
Torre do Relógio de Veiros (Largo dos Combatentes, Veiros)
Villa Romana de Santa Vitória do Ameixial
A villa romana de Santa Vitória do Ameixial terá sido construída no contexto da Romanização da Península Ibérica, estando inserida na província da Lusitânia, cuja capital se situava em Mérida (Emerita Augusta).