Exposição “Quem tem vagar, faz colheres: Arte Pastoril, Ilustração e Design” de Sílvia Lezico
Cerca de 20 peças de inspiração em fontes e registos etnográficos da região do Alentejo vão estar em exposição, de 15 de abril a 11 de junho de 2017, na sala de exposições temporárias do Museu Municipal Professor Joaquim Vermelho, em Estremoz.
O cruzamento das áreas da ilustração, do design, da etnografia e da arte popular, reaviva e recupera tradições esquecidas, valorizando o património e a identidade alentejanos.
Trata-se da apresentação pública de um trabalho que Sílvia Lézico, Designer e Ilustradora, tem vindo desenvolver, desde 2012, a partir de um dos mais significativos valores culturais alentejanos, a “Arte Pastoril”, património que tem explorado no seu potencial artístico contemporâneo.
Sílvia Lézico aposta na criação de peças de autor, objetos que se tornam diferenciadores e com histórias para contar. As referências de Arte Popular são reeinventadas em objetos que iniciam eles próprios a memória de amanhã.
“Na procura de expressões gráficas identificativas da região do Alentejo, descobri uma forma de arte popular - a Arte Pastoril - que se revelou uma fonte inesgotável de referências visuais e texturas", conta a artista.
A Arte Pastoril é uma das expressões mais ricas da Arte Popular portuguesa. São objetos do quotidiano feitos e decorados à navalha por pastores no campo, nas horas vagas do pastoreio e que remontam à memória dos tempos.
A identidade e autenticidade destas peças serviram como fonte de inspiração para dar origem a uma recriação do imaginário popular com o objetivo de "recuperar este passado e património cultural”, conta.
O resultado desta investigação constitui um registo gráfico em permanente construção, devido à sua grande complexidade, vasto número de registos e enorme riqueza gráfica. Para o Diretor do Museu, Hugo Guerreiro, “Sílvia Lézico retirou o melhor da Arte Pastoril e adaptou às exigências estéticas da era em que vivemos presentemente esses elementos. Os resultados falam por si e o caro visitante pode tirar as suas conclusões”.