CAMPUS - Escola de Arqueologia de Santa Vitória do Ameixial

O CAMPUS – Escola de Arqueologia realizou-se de 17 a 21 de outubro de 2022, em Santa Vitória do Ameixial ,Estremoz.
Esta iniciativa integra-se no âmbito do Projeto de Investigação Plurianual de Arqueologia (PIPA), SVA_ETZ Ruínas Romanas de Santa Vitória do Ameixial (Estremoz)  Programa de Valorização e Investigação Arqueológica apresentado à DGPC com parecer favorável e aprovação emitida a 3 de agosto de 2022.
O Município de Estremoz é desde junho de 2021, a instituição com competências diretamente ligadas às ruínas de Santa Vitória do Ameixial, tendo assim o dever de preservar e valorizar as memórias materiais, físicas e imateriais relacionadas com o sítio arqueológico e com os trabalhos aí realizados, tendo como principal foco potenciar o valor patrimonial da villa de Santa Vitória do Ameixial que tem todas as condições para “voltar” a ser um sítio de referência a nível regional e nacional.
O CAMPUS resultou da colaboração entre o Município de Estremoz e a Universidade de Évora e contou com várias atividades ligadas ao registo e informação em arqueologia e à sua prática em campo, desde o desenho de campo, à aplicação da Geofísica em Arqueologia e às novas tecnologias aplicadas ao património.
O primeiro dia iniciou-se com uma sessão prática nas ruínas da villa de Santa Vitória do Ameixial, recriando todo o processo de documentação de uma escavação arqueológica, nomeadamente o desenho manual, usando a grelha métrica. No segundo dia trabalhámos com o desenho de planos verticais aplicados aos cortes de perfis e aos alçados de estruturas, tendo como formadores o Professor Dr. André Carneiro, docente da Universidade de Évora, a Arqueóloga Municipal Rita Laranjo e o Técnico de Arqueologia José Miguel Inverno.
Na Quarta-feira, contámos com uma aula prática e teórica dada pelo Dr. Pedro Trapero, onde falámos da utilização dos drones como métodos de registo vertical.
Na Quinta-feira, apesar da chuva, continuámos a formação nos Claustros do Centro de Ciência Viva de Estremoz, onde tivemos uma sessão prática com o georadar, tendo como monitor o Dr. Jesús Garcia Sánchez do Instituto Arqueológico de Mérida. Estavam presentes os professores Dr. Bento Caldeira, Dr. José Borges e Dr. Rui Oliveira do Instituto de Ciência da Terra da Universidade de Évora, que nos falaram da aplicação de técnicas de deteção remota em arqueologia, nomeadamente o GPR, a magnometria e outras técnicas electromágnéticas. 
No último dia da formação tivemos, novamente, com a colaboração do Dr. Pedro Trapero que nos falou sobre a recolha de dados por GPS e a análise geoespacial, sintetizando todos os processos, os protocolos e as aplicações a utilizar para melhor extrair todo o potencial da informação e aplicá-la à interpretação arqueológica. A sessão prática da manhã permitiu que os alunos experimentassem a fotogrametria terrestre com o dinossauro existente nos claustros do Ciência Viva.
Terminámos o nosso CAMPUS, com a apresentação do Dr. Carlos Carpetudo, que nos falou do mundo Virtual em arqueologia: da fotogrametria ao 3D e às novas linguagens de comunicação em Arqueologia.
Iniciámos o CAMPUS- Escola de Arqueologia em Santa Vitória do Ameixial, pelo mais básico, os desenhos feitos à mão e terminámos com o mundo virtual, concluindo, com a certeza que este CAMPUS, foi uma oferta inovadora para a arqueologia portuguesa, no que diz respeito à formação avançada em registo e tratamento da informação arqueológica.

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