EDITAL

N. º19/2018

Nuno Filipe Queijinho Rato, Presidente da Assembleia Municipal de Estremoz, torna público, que na Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Estremoz realizada no dia 21 de setembro, sob proposta do Grupo Municipal do PS, foi APROVADO por UNANIMIDADE o seguinte VOTO DE RECONHECIMENTO, que se transcreve:

VOTO DE  RECONHECIMENTO

«Padre Júlio Luís Esteves, filho de Manuel Esteves e Maria Luís Esteves, nasceu em Aldeia do Bispo, concelho de Sabugal, em 29 de outubro de 1935. Com onze anos de idade, entrou para o seminário Menor de Vila Viçosa onde estudou os cinco primeiros anos, tendo transitado  depois para o Seminário Maior de Évora onde completou o Curso sendo ordenado Sacerdote na Sé de Évora, em 28 de junho de 1959 pelo Arcebispo D. Manuel Trindade Salgueiro.

Trabalhou no Seminário de Vila Viçosa entre 1951 e 1966, tendo exercido as funções de Perfeito e de Professor. Ainda em Vila Viçosa tornou-se um dos grande impulsionadores no Alentejo do movimento dos Cursos de Cristandade, atividade que dinamizou até ao fim da sua  vida.

Em 1966 foi nomeado pelo então Arcebispo de Évora, como Pároco interino de Vila Fernando, Barbacena e Santa Eulália e posteriormente Pároco de Juromenha, Terena e capelão do Hospital da Santa casa da Misericórdia do Alandroal. Ainda durante o ano de 66 em várias freguesias do Concelho de Estremoz, desenvolveu uma ativa e profunda Ação Evangelizadora promovendo Missões de Proclamação da Palavra.

É em setembro de 1967, com 31 anos, que se fixa definitivamente em Estremoz, tendo sido nomeado Capelão do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Estremoz e do Centro de Saúde, após a extinção do Hospital, assim como Pároco das freguesias de São Bento do Ameixial e Glória. Após a morte do Padre José Branco, foram-lhe entregues as Paróquias de São Bento do Cortiço e Santo Estêvão, mais tarde veio também a ser nomeado Pároco de São Lourenço e São Domingos de Ana Loura.

 Ao longo de mais de 50 anos de Sacerdócio do Padre Júlio, o Padre Júlio afirmou-se pela sua energia e espírito jovem que contribuíram para a sua ação Evangelizadora através de Missões populares junto das gentes das suas Comunidades, foi deste modo que a prática cristã foi sendo reavivada nas suas Paróquias, principalmente nas rurais, conseguindo dar dinamização às Comissões Fabriqueiras.

A sua capacidade empreendedora fez-se notar em Estremoz, cidade e concelho, através das obras de restauro e recuperação das Igrejas de Santa Maria, Glória, Santo Estêvão, São Domingos, São Bento do Ameixial, São Bento do Cortiço e Santuário de Nossa Senhora da Conceição dos Olivais. Todas estas igrejas e edifícios anexos foram igualmente apetrechadas com tudo o necessário para a celebração dos atos de culto. Ainda hoje é agradável entrar e participar nas celebrações de todas estas Igrejas.

Depois da reconstrução foi tempo de criar um pequeno Jornal a que chamou «Despertar», para noticiar as Atividades paroquiais. Foi também responsável por reavivar as Festas da Rainha Santa, por promover reuniões de preparação de Noivos, de Pais e Padrinhos par a realização de Batizados e Crismas. Conjuntamente com os seus paroquianos criou grupos de Reflexão e reavivou muitas das festas que ainda hoje se realizam nas freguesias do nosso concelho onde foi pároco. Foi ainda o principal impulsionador para a criação do Centro Paroquial de Santa Maria de Estremoz.

A Música e o Teatro foram duas das suas grandes paixões, tendo criado a «Orquestra Rainha Santa», que durante 12 anos percorreu vários distritos do nosso país e que chegou a integrar mais de uma centena de crianças e jovens estremocenses. Os próprios Conjuntos Musicais daquela época, criados em Estremoz, colheram da “Orquestra Rainha Santa” os seus frutos imediatos. Também fruto do convívio com os Jovens, quando ainda Professor, e da sua grande capacidade como comunicador foi fundador e principal impulsionador da Rádio Despertar, por onde passaram muitos Jovens valorizando-se e valorizando o Alentejo, dando origem ao “O Alentejo já tem Voz!” Despertar Estremoz. De facto, a Rádio Local foi um grande meio que o Padre Júlio encontrou para chegar à casa de muita gente, através da música e do debate de ideias.

A sua dedicação, empenho, verticalidade e frontalidade misturadas numa forte personalidade e com as suas qualidades humanas foram determinantes para a sua nomeação, em 17 de novembro de 2018, como cónego da Sé catedral de Évora, pelo então Arcebispo D. José Alves.

Faleceu, na sua residência, na tarde de 27 de Setembro de 2017. Nesse mesmo dia, de manhã, participou ainda naquele que foi o seu último programa na Rádio Despertar.

A assinalar um ano do desaparecimento do Cónego Júlio Luís Esteves, a Assembleia Municipal de Estremoz, reunida no dia 21 de junho de 2018, delibera aprovar este voto de reconhecimento pela sua ação junto da comunidade estremocense.»

Para constar se publica este e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares de estilo do Município.

Estremoz, em 24 de setembro de 2018

O Presidente da Assembleia Municipal

(Nuno Filipe Queijinho Rato)